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A importância de um Guia-Intérprete

Dizem as notícias que 2014 foi um ano fantástico para o Turismo. Lisboa está na moda, Portugal é cada vez mais falado. A cada mês que passa há sempre mais um novo hotel, um novo restaurante, bar e atracção. Surgem ideias novas, negócios novos e cada vez mais pessoas desejam estar envolvidas neste sector que tanto parece que lhes vai trazer fortuna. No meio de tudo isto, surge uma questão: quantas destas pessoas são qualificadas para o que este sector exige? Não sou daquelas pessoas que acha que um diploma é sinal de um bom profissional, mas acho que deve haver algum controlo de qualidade, pois caso contrário, porque andamos todos ainda a tirar cursos? Porque precisamos do curso de História se podemos ler os livros em casa? Ou do de Advocacia, se decidirmos ler os decretos-leis? Ou o de Designer, se até temos tutoriais no youtube? Estou a levar ao exagero, mas na verdade é com o que me deparo em relação à minha profissão. Todos acham que podem ser Guias! Sei que as pessoas podem ser muito apaixonadas pela sua cidade e que vivendo em Portugal, conhecem a nossa realidade e podem explicá-la, podem até ser muito simpáticas a lidar com os outros, mas e depois? A história da cidade e do país? O que fazer se de repente esse turista cai e parte um pé? E se for assaltado? E se subitamente ele decide que quer ir visitar Pedrógão Grande? Nos últimos anos tenho visto tantas pessoas fora da área do turismo a trabalhar como Guias, mas é curioso como em momentos de aperto, rapidamente todos dizem: "atenção eu não sou Guia." Já assisti mesmo ao início de uma visita a pé onde a pessoa apresentou-se logo como não sendo guia. Porque será? Se afinal ser Guia é assim tão acessível e simples, porque necessitam as pessoas de dizer essa frase? Porque necessitam dessa protecção? Será afinal assim tão fácil substituir um Guia licenciado? Espero que as agências e todas as empresas que trabalham com Guias não esqueçam a importância da licenciatura e que se lembrem que aquilo que são, e a posição que têm no mercado é resultado, em grande parte, do papel do Guia. Porque se é necessário que haja um trabalho fantástico em escritório, quando o grupo chega é necessário que a pessoa que mostra o país e que os acompanha seja a continuação desse trabalho. É que ultimamente tenho assistido a situações em que fica tão difícil não intervir e só penso que a imagem de Portugal ou da cidade aos poucos vai ficando menos brilhante. Deixo-vos alguns exemplos do que já ouvi e assisti: - falarem apenas dos pontos negativos do país - um discurso de 15 minutos sobre o nível elevado de violência em Portugal, dando como exemplo, a morte de pessoas em festivais (não imaginam a expressão das pessoas após este comentário), isto perante um grupo considerado VVIP - que a ponte vermelha sobre o rio é chamada... 24 de Abril - um turista a quem roubaram o passaporte e o informam que não precisa de fazer nada, que pode ir para o aeroporto assim mesmo, sem qualquer identificação e viajar - pedir a um cliente que já pagara antecipadamente as refeições do grupo, que pague novamente. - ...

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