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Hotel Palacete Chafariz D'El rei

O artigo deste mês para a Lisbonlovers foi sobre este magnífico, charmoso, mágico Hotel Palacete Chafariz D'El rei.


Dois irmãos portugueses emigrados no Brasil decidem voltar para Portugal e instalar-se em Lisboa e, com vontade de ostentar a riqueza que conquistaram em Minas Gerias, mandaram construir um excêntrico e exótico palacete.

Este é o início da história do actual Hotel Palacete Chafariz D'El Rei, em Alfama, a casa de pedra cor-de-rosa com uns vitrais lindíssimos, mesmo em cima do Grande Chafariz do Rei. Sim, aquela casa que desperta sempre tanta curiosidade, pela mescla de materiais, de estilos e de cores. No meio de um bairro tão popular, tão pitoresco, tão lisboeta, de fachadas simples, esta casa não passou nunca indiferente.

Na altura da sua construção, os lisboetas, pouco habituados a gostos tão exóticos, não gostavam do que ali estava a nascer. Imagine-se que até a Câmara queria travar a construção, tendo acabado mesmo por instalar um processo que obrigava a destruir o imóvel.

Durante o desenrolar do processo, um dos irmãos faleceu, mas o outro prosseguiu o sonho e venceu. A sua casa tinha autorização para ser terminada. E assim acontece em 1909.

Só que a vida dá muitas voltas e mal se sabia que nenhum dos irmãos ali iria viver! No dia em que tudo estava pronto e que se mudaria para o seu novo palacete, a sua esposa parou à porta e recusou-se a entrar. Porquê? As portas eram demasiado estreitas (mas diz o povo que a senhora é que seria um pouco larga demais)!

Que fazer? Vender a casa foi a solução encontrada! A família do Padre Cruz adquiriu-a e aí viveu até aos anos 1980. Depois, foi alugada a Despachantes Oficiais devido à sua localização e mais tarde foi comprada e transformada neste magnífico, surpreendente, mágico Hotel!

Se a construção da casa levou dois anos, o restauro levou três!

Este espaço tem apenas seis quartos de ocupação dupla, cada um decorado com mobiliários distintos, mas dentro de um estilo vintage, e todos com nomes femininos, em homenagem às mulheres da família que aí viveu.

A cada passo apetece parar, olhar e imaginar as histórias que por ali aconteceram, as histórias daquelas peças de decoração! São esculturas, globos, livros, rádios, um piano de cauda, candelabros, verdadeiras peças de coleção!

Entro e deparo-me com um longo corredor que atravessa a casa toda, no final vê-se outra porta. À esquerda e à direita vão surgindo as salas. Os candeeiros são os mesmo das ruas lisboetas! Saltam à vista a altura da casa e os vitrais coloridos que criam reflexos de arco-íris nos meus pés.

Do lado direito está a sala de estar, com as madeiras e os tons quentes que convidam de imediato a instalar-nos. Como se nossa casa fosse.

Do lado esquerdo encontra-se o Salão de Chá! No ano passado este espaço abriu ao público, convidando a que todos entrassem e conhecessem um pouco melhor da história deste palacete.

O Salão de Chá oferece refeições ligeiras, um brunch muito original e uma coleção de chás magnífica!

Aberto de quarta a domingo, é o local perfeito para passar tempo de qualidade consigo mesmo ou com alguém que goste muito! A grande originalidade deste brunch é ser servido à mesa! A palavra “caseiro” faz parte de todo o menú, como testemunhará pelos aromas de bolos acabados de sair do forno que pairam no ar! O staff é muito gentil e bem preparado para lhe sugerir pratos que vão de encontro aos seus gostos e de qualquer tipo de regime alimentar.

Destaco as panquecas, as french toasts e a coleção de chás dos Açores.

Aproveito depois para espreitar o terraço, com as pequenas fontes, as esculturas de pedra, a torneira em forma de pássaro e a gruta decorada com pedaços partidos de um conjunto de porcelanas da Companhia das Índias! No exato local deste hotel esteve antes um outro que fora destruído pelo terremoto de 1755. Pensa-se que os bocados de porcelana partidos pertenceriam ao espólio desse palácio.

Depois subo para os andares superiores e encontro uma capela, totalmente original: do chão, ao altar.

Por fim abro a porta do meu quarto! “Uau” é a palavra que me sai. Os tons das paredes, o mobiliário escolhido, os tetos trabalhados em estuque, as janelas que abrem de par em par para uma vista de rio magnífica!

O quarto parece-se com um pequeno apartamento, que por sua vez parece-se com um palacete em miniatura.

Se vai celebrar uma data importante, acredite, este é o local perfeito que o acolhe como um Rei/Rainha!

Custa fazer o check-out!

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